segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

SUPERANDO A TRAGÉDIA!

SUPERANDO A TRAGÉDIA!

Escreveu CL Carlos Fernando Priess (*)

Diante da tragédia, causada pelas chuvas, tem sido possível medir, quanto é importante, o otimismo dos seres humanos, para superar os acontecimentos pelo lado positivo, tirando do infortúnio, lições, mesmo diante de desfechos tão desfavoráveis.

Está o povo brasileiro vencendo os problemas com fantástica dose de otimismo. Até a crença de que o mundo tenha sido criado por Deus, faz com que a fé seja uma ferramenta que leva o ser humano a esperar algo melhor que a tragédia que, num determinado momento, se abate em sua vida.

Por certo, para os espiritualistas, uma provação, para sentirem o quanto agredimos a natureza.

Importante é a luta pela superação dos problemas, mas, se nos parece, que a fé seja uma força extraordinária, pelo que, concordamos com Fernando Altemeyer, professor de Teologia da PUC de São Paulo, quando diz que:

“Quando as pessoas encontram o amor de Deus, as coisas dificéis podem – ser amenizadas. Assim elas podem - entre os vários dramas vividos, em todos os quadrantes de Santa Catarina - conseguir reconstruir a vida”

Minas Gerais, Espírito Santo, também estão sofrendo. Uma lição nos foi dada pelo professor de futsal Francisco Ludwig, conhecido como Francis que tentou encontrar mais forças, depois das enchentes que castigaram Santa Catarina. Ele vive em Blumenau, é casado e tem três filhos. Sua vida mudou na noite de 23 de novembro, quando as chuvas destruíram sua casa e a de quase todos os seus vizinhos. Francis levou os desabrigados para o Colégio Shalom, ligado à Igreja Batista, onde ele leciona. “Chegamos a acolher 120 pessoas, ao mesmo tempo e procurei motivá-las. Dizia que Deus quer nos mostrar que devemos ser solidários e humildes.” Segundo ele, o tempo de convivência no abrigo serviu para unir as pessoas. Muitas pessoas, que se conheceram ali, se tornaram amigas e foram morar juntas – seja pela amizade, seja para dividir os gastos, enquanto a situação continua precária.

Uma tragédia maior, entretanto, que vive a humanidade, é a miséria, é a pobreza, em todos os quadrantes da terra, sendo necessário, que os imperadores do mundo e das riquezas acumuladas - que não serão levadas no caixão, depois da morte - resolvam eliminar a fome. É necessário esforço mundial para superação da pobreza, dizem especialistas.

Na visão do Presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Portugal, o sociólogo Alfredo Bruto da Costa, somente um esforço internacional será capaz de evitar que, a cada hora, 1.200 crianças continuem morrendo no mundo, devido à pobreza. “São três tsunamis por mês, todos os meses, mas diferente do fenômeno natural, essa morte na infância é previsível e evitável”. E isto, em nosso país, num momento, como o da tragédia vivida, nos faz refletir, dando forças para superar os sofrimentos vividos.

Na África, abaixo do Saara, 44% dos moradores vive na extrema pobreza, tragédia em pleno século XXI o que ameniza os sofrimentos vividos a uma taxa reduzida.

Os países ricos, as forças imperialistas, deveriam seguir o modelo dos brasileiros, que deram uma demonstração de solidariedade fantástica, ajudando, aqui, as populações atingidas pela catástrofe a vencer com mais facilidade os obstáculos trazidos pela tormenta.

Quem de nós nunca se viu perdido diante de um grande problema? Quem já não se sentiu sem forças para reagir depois de uma tragédia? A perda de alguém muito querido, uma doença, um acidente? O que fazer diante desta situação? Como seguir a vida? Onde arranjar sentido para se levantar?

O Repórter Record contou histórias emocionantes de pessoas que conheceram de perto o sofrimento, mas não se entregaram. Aprenderam, de forma heróica, a superar fraquezas e os próprios limites como a de uma mãe corajosa. Há cinco anos, ela sofreu uma das piores dores que um ser humano pode sentir: viu o filho, que tinha um tumor no cérebro, morrer nos próprios braços. A criança permaneceu na UTI por meses. O marido abandonou o casamento. Márcia suportou tudo sozinha. E fez mais, construiu uma rede de solidariedade. Transformou a dor em incentivo para, com grande entusiasmo, ajudar mães que hoje passam pelo que ela passou.

Temos a grande lição que nos deixou o poeta Tadany dos Santos:

“Na fascinante jornada da vida o entusiasmo é o júbilo que mantém as pessoas seguindo em frente apesar dos obstáculos, é a sutileza que consegue visualizar uma pontinha de luz a despeito da escuridão que possa assolar o ambiente, é a energia que impulsiona quando o cansaço parece avassalador”.

(*)Advogado/Mestrando em Direito-Univali – CL carlos@priess.com.br

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